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Apresentação

Em 2017, cumprem-se 150 anos do nascimento de três dos mais representativos vultos da Literatura Portuguesa, Raul Brandão, António Nobre e Camilo Pessanha.

 

Os seus percursos autorais configuram importantíssimas respostas a um momento de confluências e transições, que passam pela receção crítica da cultura portuguesa em sentidos convergentes e distintos dos ensaiados ao longo do século XIX, em particular pela Geração de 70, pela imagem que deles foi feita por parte dos mais representativos escritores das primeiras décadas do século XX, e pela renovação que deram aos géneros e formas consagrados, antecipando em muitos aspetos o que de mais moderno e singular se produziria ao longo de Novecentos.

Três personalidades bastante distintas, vivendo num período particularmente agónico do imaginário cultural português, merecem particular destaque a singularidade com que representaram entre nós algumas das correntes europeias do seu tempo, o diálogo que mantiveram com o imaginário poético de Oitocentos, a fracturada meditação a respeito da identidade portuguesa no contexto de um trabalho que renova também os rumos do discurso autobiográfico e do memorialismo, o contributo ao questionamento dos géneros consagrados e a original constituição de universos particulares, também influente na elaboração de modelos de autor que serviram de exemplo ao paradigma dialogante que caracterizou o momento de Orpheu ou, no caso de Raul Brandão, a uma outra noção de modernidade paralela, como salientou José Gomes Ferreira.

O Congresso Internacional 1867 - Um Ano de Gigantes: Raul Brandão, António Nobre, Camilo Pessanha, organizado pelo CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, que decorrerá no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal entre os dias 23 a 25 de Outubro de 2017, tem como propósito desenvolver distintas leituras tendo como mote cada um dos autores e a importância singular do conjunto que representam

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